quarta-feira, 17 de março de 2010

Change...


Há um velho provérbio que diz que você não pode escolher sua família. Você aceita o que o destino lhe dá. E gostando deles ou não, amando-os ou não, entendendo-os ou não, você se adapta a eles. Aí tem também aquele que diz que a família onde você nasce é simplesmente o ponto de partida. Eles te alimentam, te vestem e tomam conta de você até que esteja pronto para cair no mundo e encontrar sua própria família, sua tribo.

O problema é quando a sua tribo não é bem o que eles esperavam. Daí pronto, as coisas ficam loucas. Por que tentariam se adaptar quando eles pensam que você que tem que se adaptar a eles?! Afinal de contas você passou a sua vida toda fazendo isso e não seria agora, depois de tanto investimento, que o filho pródigo os daria as costas.

E daí no meio de toda confusão é que vem a conhecida frase: Você tem que mudar! [só lembrando que essa frase tem incontáveis variações.] Ai ai, mudanças. Nós não gostamos delas. Nós as tememos. No entanto, não conseguimos evitá-las. Ou nos adaptamos às mudanças, ou somos deixados para trás. Crescer é doloroso. Qualquer um que te disser que não, está mentindo. Mas aqui vai a verdade: às vezes, quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas. E às vezes,oh, às vezes mudar é bom. Às vezes mudar é tudo.

Mudar de atidute, mudar de parceiro ... mudar de família?! Pode?! E se a sua família mudasse por você, será que isso não seria uma mudança de família? Alguns vão questionar se é justo alguém mudar por causa de outro alguém. Mas, me diz você, quantas coisas você já teve que mudar pelos outros? Quantas vontades continuam vontades pelos outros? Quantas mentiras foram inventadas pelos outros? Quantos desejos são reprimidos pelos outros? Sim, você mudou pelos outros e isso não é justo.

A vida é cheia de mudanças mesmo. Adaptação é apenas um sinônimo simpático e disfarçado, igualmente discarado, que arrumaram para a palavra. Mas quando essas mudanças envolvem família tudo fica mais difícil. É aquela velha história dos laços de união inexplicáveis que todo mundo já ouviu falar.

Eu não tenho idéia porque a gente fica adiando as coisas, mas se eu tivesse que chutar, diria que tem muito a ver com o medo. Medo do fracasso. Medo da dor. Medo da rejeição. Seja lá do que a gente tenha medo, uma coisa é sempre verdade: com o tempo, a dor de não ter tomado uma atitude fica pior do que o medo de agir

Enfim, não fique em autoflagelação por mudanças impostas impossíveis de serem feitas, mas sim por mudanças que já foram feitas e que não deviam.

2 comentários:

  1. Mudanças, quaisquer que sejam, são sempre difíceis para todos os lados envolvidos. Como o próprio Hendrik disse, o medo nos impede de mudar...mas uma coisa é certa...não devemos ter medo de sermos felizes e de viver a nossa vida. Os pais devem entender que os filhos tem que, em determinado momento da vida, começarem a andar com suas próprias pernas...ter seus próprios objetivos...e medos tb...por que nãO!? É isso aó...adorei o post e quero enfatizar uma coisa...mudanças sempre vão nos causar dúvidas, mas é melhor nos arrepender de algo que tenhamos feito do que passarmos o resto de nossas vidas imaginando como teria sido se tivéssemos tido a coragem...coragem para mudar e sermos felizes à nossa maneira!

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  2. Bela reflexão... concordo com você! Este texto me fez refletir sobre a questão da "Tabula Rasa". Todas as pessoas ao nascer o fazem sem saber de absolutamente nada (como se fossem uma folha em branco), sem impressões nenhumas, sem conhecimento algum. Então todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro. Experiência essa que é manipulada por nossos genitores e agregados quando somos ainda pequenos ou adolecentes. Quando passamos a conhecer o mundo exterior de fato como ele é, e reformulamos orientações atribuidas ao nosso comportamento de forma brutal, ai o casa cai! Passamos às vezes por momentos e decisões que temos que adotar uma postura altuísta. As vezes sem cabimento! São anulações e anulações. Privações e mais privações. Negamos a nós mesmos o amor próprio em face ao medo da rejeição. E isso eu julgo altamente prejudicial e perigoso! Basta então cada um ter a sabedoria de como condizir suas escolhas e condições, o que de fato deve ser árduo para muitos.

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