domingo, 31 de outubro de 2010

Irracionais

Sinceramente, eu não estou entendendo mais nada.
Eu pensava que neste mundo, amar era um direito de todos.
Eu pensava que neste mundo, sonhar também era um direito de todos.
Pensava eu que todas as crianças tinham direito à uma família. Que todas elas tinham um lar, onde nele, encontraria o conforto de um abraço carinhoso.
Pensava também que, todos seriam visto pelos seus talentos, e não pelos seus bens materiais.
Pensava eu que, amar um ao outro assim como a ti mesmo, era tão comum quanto o vai e vem das ondas do mar.
Pensava, ainda que um pouco duvidoso, que todos eram vistos sem cor, ou raça.
Cheguei a pensar também que não mataríamos nossos semelhantes, armaríamos guerras, apenas por riqueza material.
Pensei que não chegaria o fim de uma relação familiar saudável, só porque o filho se mostrou homossexual. Pensei que todas as famílias viveriam como família. Oi?
Pensei que um dia eu veria o homem pensar. Uma pena, somos apenas animais, irracionais, metidos a racionais. De tão desumanos que somos, achamos que somos humanos.
Como eu fui bôbo...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Aquela noite


Dentro de mim mora outrem
Que só em ti tem pensado.
Não mais me pertenço.
Foi culpa daquela noite enluarada
Em que em teus braços eu adormeci.
Me entreguei por completo.
Seria apenas uma noite,
Esta noite não se findou. Não pra mim.
Até hoje vivo aquela noite,
Parece que foi ontem.
Aos pouco fui me deixando acreditar em ti
Aos poucos fui me permitindo,
E você alcançou meu coração.
Você me prendeu. Me conquistou.
Me deixa radiante
Em saber que você também ainda vive aquela noite.
Me deixa mais radiante
Saber que aquela noite ainda vive em nossas memórias.
Sua coragem te fez acreditar na promessa da Lua
Que aquela noite se perpetuaria.
E me fez acreditar. E eu acreditei.
E se concretizou.

domingo, 24 de outubro de 2010

Liberdade, de verdade


Consciência: Por que você não se acalma?
Emoção: Não, isto não é justo.
Consciência: Mas pra tudo na vida há seu tempo.
Emoção: O meu tempo já deu, não aguento mais. Eu quero ser livre, poder demonstrar a quem eu amo o que sinto. Eu quero ser eu mesmo.
Consciência: Mas e se você quebrar a cara?
Emoção: Eu acho ótimo. Só assim eu acabo logo com isso tudo de uma vez por todas, eu tiro minha vida e está resolvido.
Consciência: Mas se você tirar sua vida, já imaginou como vão ficar as pessoas que te amam? Não seria egoísmo seu, acabar com seus problemas e fazer nascer o problema de todos que te amam?
Emoção: Não. Ninguém é obrigado a me amar. Ou me aceita do jeito que sou, ou não tem acordo. Se me ama, então não me questione. Não pedi pra me amar.
Consciência: Mas do jeito que você é, eles não conseguem entender. É novo pra eles. É estranho. É diferente. Eles têm medo do diferente.
Emoção: Não tenho culpa que seja diferente pra eles. Século 21 meu bem, se foram educados de uma outra maneira... só lamento. Não sou eu quem vou pagar o preço por ser diferente pra eles. Já sofri demais a vida toda. Foram noites solitárias, com choros, por ser “diferente” e não poder contar com ninguém. Preciso ser livre. Preciso viver, ao meu modo, daqui por diante.
Consciência: Você só está pensando em você.
Emoção: E quem está pensando em mim? Além de mim, claro. Será que eles já se colocaram no meu lugar?
Consciência: E você, já se colocou no lugar deles?
Emoção: Já! E no lugar deles tudo é bem mais fácil. Eles não são obrigados a esconder dos outros a pessoa que ama. No lugar deles, eles não são discriminados, espancados, e humilhados, até mesmo dentro de casa, por ser “diferente”. Eles não olham pra própria mãe deles, e a vê triste, tendo eles contado a ela que não NASCEU do jeito que ela esperava. Eles não passam a vida toda com medo de contar algo, de que eles não têm culpa, ao pai. No lugar deles, eles não são xingados no meio da rua por serem diferentes...
Consciência: Então vai enfrente, mas saiba que vai arcar com as conseqüências.
Emoção: Ok. Abrirei a porta do armário e serei livre. Lá dentro era escuro, e o medo estava sempre me rondando. Ninguém conseguia me escutar aqui de fora. Nem gritando eu conseguia me comunicar. Não dava, até porque era preciso omitir tudo. Agora não, agora eu tenho voz. Posso me impor. Agora eu sou eu. Sou mais forte.
Eu venci. Venci porque consegui me aceitar. Consegui derrotar o medo que me limitava. Hoje é possível sonhar com tudo que me é de direito. Hoje... e pra todo sempre.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Duelo de titãs



Na mitologia grega, titãs eram divindades que travavam batalhas contra outros deuses do Olimpo. Eram guerras sangrentas, por se tratarem de lados fortes e que tinham seus objetivos a defender.
Imagine que em nossas vidas também ajam esses deuses que vão nos dando rumo. Sentimento X Razão. Está aí uma batalha digna dos deuses. A quem dar prioridade na hora de fazer escolhas, ao coração ou à consciência?
Uma hora ou outra nos veremos em uma batalha dessas, em que ficaremos divididos entre a razão e o sentimento. As vezes perdemos noites em “batalhas”. Os titãs pretendiam dominar os céus, nós, quando estamos em batalha, pretendemos alcançar uma escolha que seja a melhor pra nos sentirmos no céu. É sempre pretendendo fazer a escolha certa que entramos nessa batalha. Um golpe errado pode ser fatal. É preciso muita habilidade e experiência digna dos deuses para não sermos derrotados.
Depois de anos de batalhas os titãs foram expulsos dos céus. Talvez eles tenham feito escolhas erradas em suas estratégias. Se nós, na hora de fazermos nossas escolhas não nos atentarmos bastante e avaliar se a razão ou a emoção deve sobressair na hora da decisão, podemos também sermos “expulsos dos céus”!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


Hoje acordei mais feliz. O sol aqui em minha cidade brilha tanto quanto os meus olhos. Os pássaros cantam tão forte quanto eu no chuveiro quando tomava meu banho matinal. Minha frase no MSN hoje foi a seguinte: Obrigado Deus por me permitir essa felicidade.
Mas neste momento eu me pergunto qual o motivo dessa felicidade toda, e a principio não consigo responder ao certo. Porém, alguma coisa não me sai do pensamento. Aliás, corrigindo, alguém não me sai do pensamento. Será ele o motivo dessa felicidade toda? Por que quando eu o abraço sinto algo estranho e bom ao mesmo tempo no peito? Nunca senti isto antes. Quando eu o vejo, é involuntário, um sorriso se abre no meu rosto. Ele intimamente e carinhosamente me chama de “meu pretinho”, me abraça em seguida, e aí eu me sinto tão leve, que só dá vontade de beijá-lo. Alguém aí me responda: são esses os sintomas de quem está apaixonado?