domingo, 28 de março de 2010

Apenas permita-se


Permita-se realizar, não apenas desejar.
Permita-se sonhar, não apenas esperar.
Permita-se o mundo , não apenas o alcance.
Permita-se o instante, o distante, e o avante.
Permita-se ser livre pra sentir, não seja prisioneiro dos sentimentos.
Permita-se o respeito. Permita-se o grito. Permita-se o silêncio.
Permita-se ser, não permita-se a omissão.
Permita-se você, não espere que liberem a permissão.
Permita-se viver, não apenas existir.
Seja você. Permita-se. Hoje.

sábado, 27 de março de 2010

Quem é quem?

O papel de um homem e de uma mulher numa relação a dois é bem conhecida. O cara tem de conquistar, ele quem liga e é dele a responsabilidade de manter a parceira apaixonada. Pelo menos era assim até um tempo atrás. Hoje em dia as mulheres também vão à busca do parceiro desejado, mas sempre cabe a elas fazer o doce, ser conquistada e tal. Algo um tanto quanto machista ainda, ou não.
Bem, mas nós não fazemos parte desse mundinho do parágrafo acima. Somos homossexuais. Nas nossas relações, ou há dois homens ou duas mulheres, contrariando os desinformados que sempre questionam quem é a mulher de uma relação gay ou o homem de uma relação lésbica. Como se numa relação de duas pessoas fosse essencial o papel masculino e o feminino. Sabemos que não é assim. Entretanto, às vezes, dá um nó nas nossas próprias cabeças que foram educadas para uma relação hetero machista. Quem deve ligar depois do primeiro encontro? Quem tem de correr atrás? Quem conquista e quem deve ser conquistado?
Não sei bem a resposta, mas acredito que nesse jogo tem de haver dois. Não importa se há um homem e uma mulher, dois homens ou duas mulheres. Importa que haja dois dispostos a conquistarem e serem conquistados. Se ele não vem a ti, não nutra um orgulho bobo de princesa-na-torre-esperando-um-príncipe-aos-seus-pés. Vá atrás. Se quiser ligar, ligue. Mas lembre-se: tem de haver DOIS no jogo. Se perceber que está brincando sozinho, é melhor recolher as cartas e começar outra partida. Com outros jogadores, claro.

Prazer. Eu sou Fulano, advogado e heterossexual




Todos nós estamos sujeitos a sermos vistos, não pelo que somos realmente, mas por nossa identidade social. Nossa profissão, religião, poder econômico, dentre tantas outras características, formam essa tão polêmica identidade social.

Nos apresentamos, e a princípio citamos a nossa tarefa na sociedade. Uns são mais valorizados, outros menos. Mas qualquer que seja a posição da pessoa na sociedade, a orientação sexual deve estar em segundo plano.

Mas não é isso que vemos por aí. Não é difícil ver um gay ser apresentado, e ter sua orientação sexual citada nessa ‘lista’ de características sociais. As pessoas fazem questão de deixar claro que Ciclano é gay, que Beltrana é lésbica. Por quê? Se a orientação sexual nada influi na capacidade, no desempenho, ou na responsabilidade enquanto cidadão.

Também é muito comum encontrar quem se diga “sem preconceito” , não por uma característica inata, mas sim, como um slogan social. “Eu tenho um amigo, gay, e o amo!” . Não basta dizer : “Eu tenho uma amigo que amo muito!”? A tarja de gay tem que estar estampada? Sair do armário não significa estampar na cara “Eu sou gay”, e ter essa característica como a sua principal.

Vejam, o título desse texto mostra uma situação inusitada. Mas trocando a palavra heterossexual por homossexual, essa situação se repete muito no dia-a-dia. E é aí que eu quero chamar atenção. Vamos nos apresentar socialmente, não intimamente. OK?

Prazer, eu sou Kauann Natividade. Universitário, blogueiro e... cidadão!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Uma pessoa...

Estar no Armário de porta aberta é estranho. Não estou fora. Várias pessoas que convivem comigo não sabem (ou fingem não saber). Não que eu ache que elas não precisam saber, mas (sejamos honestos) por medo da rejeição, dos julgamentos, e de seu comportamento mudar depois da afirmação.
Decidi não mentir mais e responder na lata a verdade quando for requisitada. Mas quando ninguém pergunta diretamente, faço o jogo do gato-escondido-com-o-rabo-de-fora. Sempre dando uma risadinha quando alguém pergunta minha opinião sobre alguém do sexo oposto (uma daquelas risadinhas que não dizem nada). E principalmente, eu nunca saio/beijo/fico/fodo com ele ou com ela, sempre com “uma pessoa”.
É como canta Renato Russo, “...troco as pessoas, troco os pronomes...”.
Afinal, sair do armário é um processo. Como diriam nossas colegas de telemarketing, eu vou estar saindo do armário, e não, simplesmente, eu saí.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Change...


Há um velho provérbio que diz que você não pode escolher sua família. Você aceita o que o destino lhe dá. E gostando deles ou não, amando-os ou não, entendendo-os ou não, você se adapta a eles. Aí tem também aquele que diz que a família onde você nasce é simplesmente o ponto de partida. Eles te alimentam, te vestem e tomam conta de você até que esteja pronto para cair no mundo e encontrar sua própria família, sua tribo.

O problema é quando a sua tribo não é bem o que eles esperavam. Daí pronto, as coisas ficam loucas. Por que tentariam se adaptar quando eles pensam que você que tem que se adaptar a eles?! Afinal de contas você passou a sua vida toda fazendo isso e não seria agora, depois de tanto investimento, que o filho pródigo os daria as costas.

E daí no meio de toda confusão é que vem a conhecida frase: Você tem que mudar! [só lembrando que essa frase tem incontáveis variações.] Ai ai, mudanças. Nós não gostamos delas. Nós as tememos. No entanto, não conseguimos evitá-las. Ou nos adaptamos às mudanças, ou somos deixados para trás. Crescer é doloroso. Qualquer um que te disser que não, está mentindo. Mas aqui vai a verdade: às vezes, quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas. E às vezes,oh, às vezes mudar é bom. Às vezes mudar é tudo.

Mudar de atidute, mudar de parceiro ... mudar de família?! Pode?! E se a sua família mudasse por você, será que isso não seria uma mudança de família? Alguns vão questionar se é justo alguém mudar por causa de outro alguém. Mas, me diz você, quantas coisas você já teve que mudar pelos outros? Quantas vontades continuam vontades pelos outros? Quantas mentiras foram inventadas pelos outros? Quantos desejos são reprimidos pelos outros? Sim, você mudou pelos outros e isso não é justo.

A vida é cheia de mudanças mesmo. Adaptação é apenas um sinônimo simpático e disfarçado, igualmente discarado, que arrumaram para a palavra. Mas quando essas mudanças envolvem família tudo fica mais difícil. É aquela velha história dos laços de união inexplicáveis que todo mundo já ouviu falar.

Eu não tenho idéia porque a gente fica adiando as coisas, mas se eu tivesse que chutar, diria que tem muito a ver com o medo. Medo do fracasso. Medo da dor. Medo da rejeição. Seja lá do que a gente tenha medo, uma coisa é sempre verdade: com o tempo, a dor de não ter tomado uma atitude fica pior do que o medo de agir

Enfim, não fique em autoflagelação por mudanças impostas impossíveis de serem feitas, mas sim por mudanças que já foram feitas e que não deviam.

domingo, 14 de março de 2010

Enfim, sós...


Tendo como inspiração o post Happily n'ever after... , estive pensando em uma coisa, em como as pessoas, em algum momento da vida, sentem a NECESSIDADE de casar, ou se juntar, como queiram chamar.
Independente de “mundo GLBT” (como se existissem submundos, eu hein... enfim) ou não, mas parece que essa coisa de que o ser humano não foi feito pra viver só é mesmo verdade.
Geralmente quando jovens, os meninos (independente de orientação sexual) dizem que querem ser solteiros pro resto da vida. Curtir a vida, num é assim que a gente fala? Já as meninas não, as meninas são mais sonhadoras. Desde criança planejam o seu casamento. Se brincar, até o vestido é planejado ainda na infância. Enfim, mas mesmo os meninos, quando chegam em certa idade, bate aquela vontade de dividir aquela cama enorme de casal com alguém.
Por que isso? Não sei exatamente. Uns dizem que é a necessidade humana de uma companhia. Outros dizem que é o medo de ficar só durante a velhice. A meu ver, as duas alternativas estão certas, e ainda acrescento mais uma. Pra mim, essa necessidade humana de ‘ter alguém pra chamar de SEU’, é por um motivo bem simples, chama-se carinho.
O dia-a-dia tem sido muito robótico. As pessoas na rua estão cada vez mais... frias não, congeladas praticamente. E no mundo GLBT ainda tem um ‘agravante’, carinho em publico, por menor que seja, ‘não pode’. Então essa questão do casamento, me parece, que é um instinto humano. Tipo, se tenho alguém pra chamar de ‘MEU’, então eu tenho ‘o carinho nosso de cada dia, nos dai hoje’ , entende?
É como um porto seguro sentimental. E isso é bom mesmo. Quem não gosta de ser paparicado? Tem coisa melhor do que ter a pessoa amada ao seu lado? Claro que não... Tenham certeza, se ainda não é casado, e pensa que não vai querer casar nunca, aguarde...

sábado, 13 de março de 2010

Mundo Gay

Alguns dizem que o mundo é gay... sinceramente não sei de que mundo falam. Wonderland ou Neverland talvez.
Aqui, no mundo que vivo, mães choram por terem filhos gays, jovens são humilhados em escolas, namorados presos por beijarem em público e religiosos consideram homossexuais uma praga tão terrível quanto a fome.
Alguns de nós parecem achar isso normal, afinal somos nós os errados e fracos da história. Temos que nos conformar com nossas vidas duplas. Ser militante é ser idealista utópico, boba criança imatura que pensa que vai mudar o mundo. Mas dizem que as crianças têm a maior sabedoria, e que como elas, ninguém é feliz. Sou uma criança então, vou gritar e espernear, para que não me levem meu brinquedo precioso, minha liberdade.
O mundo não é gay, nunca será e não devemos lutar por isso. Lutemos pela direito de ser diferente, lutemos pelo direito de amar, pelo direito de não ser comparado a estupradores e pedófilos. Somos adultos, fazemos sexo consensual, mais que isso, fazemos amor, um amor recíproco e legítimo que não tem motivos para se esconder.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Homo Erectus

De Rodrigo Burdman, uma adaptação do conto de Marcelino Freire.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Happily n'ever after...


Prometo amá-lo na alegria na tristeza ...

Quantos casais gay chegam a pensar nessa frase? E quantos chegam a concretizar a essência da mesma? De acordo com várias pesquisas realizadas em diferentes partes do globo há uma unanimidade quanto o resultado: 'Relacionamentos gay duram em média 89% menos do que os relacionamentos heteros.'

E o que explicaria essa pouca durabilidade? Alguns institutos de pesquisas apontam para causas biológicas já outros para razões psicológicas e sociais. Mas, o fato de duas pessoas do mesmo sexo viverem juntas como um casal, com certeza é algo intrigante do ponto de vista cientifico. Já ficou provado que os relacionamentos não-heteros possuem uma frequência de brigas muito maior do que outros relacionamentos.

Será que toda essa história de porcentagens é válida ou será que a comunidade se aproveita das pesquisas já existentes para trair? Bem, agora fica a dúvida as pesquisas são válidas porque relatam o real comportamento das pessoas ou as pessoas se aproveitam das pesquisas para terem certos comportamentos e ainda sairem como estatística?

De fato, não precisamos de muitas pesquisas para constatar o quão instável o mundo gls é. Basta olhar para o lado, para o nosso circulo de amizades. Quantos de nossos amigos gays estão em um relacionamento sério? Anham, a resposta, infelizmente, é insatisfatória e negativa, pois , confirma todas as pesquisas feitas, na sua maioria, por instituições religiosas ou não defensoras dos direitos homossexuais.

E com toda essa instabilidade surge a palavrinha rótulo "promiscuidade". Você fica com um ali, com outro lá e depois acolá. Pronto, aos olhos dos outros você é "promiscuo". Mas, será que vale mesmo a pena isso? [não que seja errado fazer isso desde que com camisinha né galera] Será que não lançar âncora em um porto seguro é mais vantajoso do que ficar à deriva?

Creio que cada um sabe o que é melhor para si, ou pelo menos devia saber. O que não vale é depois na roda de amigos dizer que não encontrou o par ideal, quando na verdade você não é o ideal.

... até que a morte nos separe.


quarta-feira, 10 de março de 2010

Mentir por quê?


Imaginem a situação:
Um casal de namorados, heterossexual, chegam juntos a uma festa. No meio da festa, em uma roda de conversa, eles são questionados: o que vocês são um do outro?
O rapaz enamorado se sente obrigado a responder que é “amigo” da garota.
Como assim? Eles são namorados, se amam, então por que têm que mentir? Imagine só, a garota não irá gostar nada disso! Não, isso é surreal, isso não existe!
Por incrível que pareça isso acontece, e digo mais, a toda hora, e em todos os lugares. Só que com uma diferença, acontece com casais homo afetivos.
É justo? Não, claro que não! Temos o mesmo direito de amar. Ou agora o amor é um direito somente dos heterossexuais?
Aprendi ainda quando criança que mentir é errado. Vocês aprenderam isso também? Acredito que sim...
Então por que mentimos? Por que fingimos ser quem não somos? Lembrem-se, o que mais vale é a liberdade de ser quem vos são!

terça-feira, 9 de março de 2010

Faça acontecer...

'Should I stay or should I go?' Já dizia o cantor. E tenho certeza que muitos de vocês já passaram por isso. Devo ou não chegar nele?! Será que ele joga no 'time'? E se ele for hetero?

Anham é isso aí galera, temos medo de nos permitir. Medo de um não, medo de uma decepção, da exposição e medo da nossa própria imaginação. Por vezes deixamos o alguém que poderia ser a nossa 'pessoa', a pessoa para quem contariamos tudo, dividiriamos a cama, os anseios e tudo mais, passar na nossa frente sem nem ao menos olhar por medo. O medo congela, paraliza, nos deixa impotentes perante os nossos sentimentos.

Fica aqui uma dica de filme: 'Latter Days'



Porque a diferença é você quem faz. Então faça acontecer.

Fogo Amigo

Na guerra, quando o tiro de um combatente atinge um de seus colegas, é dito que houve fogo amigo. Se considerarmos todos como um corpo só, diria que é como atirar no próprio pé.
É isso que vejo em alguns homossexuais. Másculos falando mal de afeminados. Lésbicas xingando travestis. São tantos exemplos de fogo amigo no mundo gay que seria desperdício de tempo e caracteres citar todos aqui.
Não me acho menos gay que um transsexual, nem mais que um bissexual. Não há uma escala de pontos, em que quem tem mais pode sofrer mais. Não vejo assim. Vejo seres humanos tentando expressar o que são realmente. Isso sim é válido. Isso sim basta para querer defendê-los.
Uma vez li que a dignidade humana está em cada indivíduo, mas que é só uma. Quando um só indivíduo não está sendo tratado de forma digna, ninguém está. Ferir a dignidade de alguém é ferir a si mesmo e a todos os outros.
Homofobia, bifobia, transfobia são todas iguais, são agressões à dignidade de homossexuais, bissexuais, transsexuais e também heterossexuais. Agressões à humanidade como um corpo só. Um tiro no pé, por assim dizer.

sábado, 6 de março de 2010

Pense rápido!


Ele: E aí, que vai fazer amanhã?
Ela: Hmmm... (momento de criatividade reflexão)... vou a um aniversário!
Ele: De noite?
Ela: O dia todo! 

Como nossa amiga hetero aí, também temos que pensar rápido para escapar de certas ciladas... 

quarta-feira, 3 de março de 2010

Sex and vodka


Sejamos práticos. Como você gosta de fazer?
Sim, você leu isso e pode ter certeza que eu estou falando daquilo. As pessoas se assustam com esse tipo de pergunta. Imagine a seguinte cena: Um casal de namorados, deitado na cama, assistindo TV e de repente um deles solta a seguinte frase; Como você gosta de fazer, 'mow'? Chocante?! Assustador?! Não, apenas sensato.

As pessoas são egoístas no sexo. Ambas estão ali procurando prazer, mas e dar prazer?! Será que isso vem a mente de alguém durante o ato? Por isso o choque. Por que alguém faria esse tipo de pergunta? É aí que entra toda a lógica do sentimentalismo meloso e romântico. Existe sexo sem amor? Lógico que sim. Dois corpos ocupando o mesmo espaço [numa cama ou onde acharem melhor] em busca do prazer. Cada um se virando como pode.

As pessoas não conversam durante o sexo. Não procuram saber o que o outro está achando ou o que deixou de achar. Simplesmente seguem o protocolo. "Toma lá dá cá." E ao final de todo teatro bebem. Bebem para esquecer o quão terrivel foi mais uma transa com um 'nickname'.

terça-feira, 2 de março de 2010

Somente das mulheres ...

Dia 8 de março, dia internacional da mulher ...
Leram direito ? DA MULHER !!!! Uma data muito merecida, pra uma classe que vive de tantas lutas!
Muito bem! Mas nós que somos gays, nessa data, somos muito zoados! Piadas de mal gosto, que deixam qualquer um sem graça em público são sempre ditas nessa data! Muitos taxam os homossexuais de ‘mulherzinha’, e ficam parabenizando-os como se os gays fossem também uma mulher!
Vamos mostrar que essa data não nos atinge, que somos homens sim. Mais que isso, vamos mostrar que somos mais homens do que esses heterossexuais que se acham no direito de zombar dos gays. Vamos mostrar que ser homem não é se sentir atraído por mulher. Mostremos a eles que ser homem é mais que isso. Ser homem é ter caráter, é ter ética, é respeitar o próximo, é aceitar a diversidade!
E só pra lembrar: não é um jeito afeminado que vai te deixar com menos direito de ser respeitado. Sejamos fortes e unidos. Lutemos todos contra essa brincadeira de péssimo gosto.
Então, no dia 8 de março não vamos mais tolerar as piadinhas, nem os xingamentos! Vamos revidar, não brigando! Mas sim, provando pra eles que somos tão homens quanto eles, ou mais que eles.

Quem sabe um dia

Aproveitando o post do Kauann (este aqui), posto aqui o poema de Mario QuintanaQuem sabe um dia.


Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois

Viver primeiro, morrer depois 

segunda-feira, 1 de março de 2010

Olhos fechados...pra te encontrar.

Sabe aquela velha história: Quando menos você procura, você acha?! Pois bem, a coisa não é bem assim não. Primeiro porque vivemos procurando algo [leia-se alguém], segundo porque nada acontece por acaso, está aí a teoria dos seis graus de separação pra tentar explicar isso. Enfim, o problema não está em procurar o alguém ou algo, mas sim, onde procurar esse alguém.

Os gays, lésbicas, etc convivem em ambientes digamos não propícios para o encontro do par perfeito. Claro que não estou generalizando, mas também não dá para negar que encontrar o par perfeito, numa boate cheia de luzes e com o constante tunts tunts tunts a ecoar nos seus ouvidos é uma tarefa difícil.

Como se não bastasse o ambiente não ser um dos mais adequados [se bem que hoje em dia não sei se há esse ambiente] os frequentadores tambem não ajudam. No mundo gls a frase: Vou a boate tem um sinônimo um tanto quanto peculiar; 'Vou a caça'. E não estou dizendo que isso é uma particularidade da "comunidade" não, e nem que isso é algo ruim. Mas o problema é: Se vivemos acuados, restritos a certos ambientes e esses ambientes não corroboram com um relacionameto, digamos, mais social e menos sexual, onde iremos achar o nosso alguém?!

Conclusão: Não existe lugar e muito menos o alguém. Existe você, seus sentimentos, suas necessidades e o pouco que resta da sua razão.

Até o dia em que ...

Até quando...
seremos humilhados em praça pública...
seremos taxados de pervertidos...
seremos discriminados por “detentores dos padrões”...
e impedidos de amar...
e chamados de transviados...
e excluídos da sociedade?
Até o dia em que ...
lutemos contra eles...
e gritemos por nossos direitos...
e impeçamos as gargalhadas...
e os xingamentos...
e mostremos nossos talentos...
e nossos princípios...
e nossas caras...
e provemos que podemos, sim!
Porque antes de tudo, somos humanos. E vivemos, e sentimos, e amamos... e por isso não permitamos, jamais, que só eles detenham o direito de ser quem vos são! Sejamos nós também, quem somos!

E as mãos eram dadas...


Esta noite tive um sonho. E no sonho, eu vivia em uma cidadezinha chamada “Respeitrópolis” . Nesse sonho ninguém precisava se omitir, nem dar explicações do porque ser feliz. Não existia maldade nos olhos dos outros. As mãos eram dadas, os beijos realizados, mas no sonho, isso acontecia em publico. E ninguém olhava torto. E não se zombava. E não discriminavam. Porque no sonho, bastava amar pra poder estar juntos. Em “Respeitrópolis” valia dançar homem com homem, e mulher com mulher. Valia até mesmo dançar homem com mulher. Porque não? Valia ser feliz. Valia viver. Nesse sonho não existia ‘diversidade’, porque todos eram iguais perante o amor. As pessoas respeitavam o arco-íris. Porque a cor não importava. O gênero muito menos. O que importava, era apenas o sorriso sincero. A beleza do viver. A humildade de poder ser feliz. E deixar que o próximo também pudesse fazer sua escolhas, mesmo que a escolha fosse também ser feliz. De repente acordei. Olhei pela janela e vi que aquilo era só um sonho. Pensei em voltar a dormir. Desisti. Resolvi sair na rua, e transformar esse sonho em realidade.